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O Sahara, o fosfóro e a Amazónia

Dos documentários que às vezes vejo sobre a Terra, quase sempre falam sobre a floresta amazónica e da sua importância para o clima. Este estudo que vos mostro revela a importância de dois ecossistemas tão diferentes, mas tão ligados. É que a Amazónia depende do Sahara para se fertilizar.

 

«Separados pelo grande Atlântico, a Amazónia e o Sahara lutam para manter o seu amor com milhares de anos e a fertilidade!»

 

Digam lá que não é romântico!

O trabalho publicado na Geophysical Research Letters “The Fertilizing Role of African Dust in the Amazon Rainforest: A First Multiyear Assessment Based on CALIPSO Lidar Observations”. Os autores usaram o satélite CALIOP da NASA que avaliou em 3D os movimentos das massas de ar do deserto do Sahara para a Amazónia, desde 2007 a 2013. Estas massas de ar levam consigo partículas contendo, entre outros elementos, fósforo (P). As estimativas indicam, em média, umas simpáticas 22 mil toneladas por ano de fósforo. Este elemento é essencial para o crescimento das plantas pois intervém nos mais diversos processos de crescimento das plantas (fotossíntese, respiração, armazenamento, etc.). Basicamente o fósforo está para as plantas assim como o oxigénio está para nós.

Mas melhor do que ler o artigo científico é ver o vídeo disponibilizado pela NASA.

 

Este trabalho reforça com dados mais concretos, a importância que as partículas do deserto do Sahara têm na manutenção de um ecossistema saudável na Amazónia. Sem o fósforo do Sahara, o ciclo hidrológico iria esgotar as reservas deste elemento no solo numa escala temporal de décadas ou séculos e afectaria, não só a saúde da floresta tropical, como todo o equilíbrio do planeta.